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Segundo
Chagas (1996), em 1922 o capitão Macedo foi delegado de policia em Lençóis,
onde entrou em atrito com os horacistas. Talvez por essa razão tenha sido o
escolhido, em 1924, pelo coronel Terêncio Dourado para chefiar o destacamento
policial enviado para Morro do Chapéu pelo governador Góes Calmon, para atender
ao pedido e garantir a posse do prefeito eleito, Faustiniano Lopes Ribeiro.
Era
um policial muito valente. Quando foi substituído em Morro do Chapéu pelo
tenente Campos, foi designado para seguir, juntamente com cerca de 100
soldados, rumo à Lençóis, onde integraria a tropa comandada por Mota Coelho,
que deveria assegurar a posse do coronel Otávio Passos como delegado local, o
que contrariava os interesses do coronel Horácio de Matos. Assim, em 01.02.1925
ele desembarcou com uma tropa no França, para seguir com os comandados do
tenente Othoniel para Bela Vista. Durante esse episódio, ele e seus soldados
ficaram retidos em Wagner, sem comida e com a munição para acabar, cercados por
forças horacistas, compostas por jagunços, comandas por Pé de Serra, Paulino,
Manuelzinho da Cruz e Antônio Charada, que bloqueavam as estradas. Com o Acordo
de Lençóis esse combate foi suspenso e o capitão Macedo voltou para Salvador.
Ao
abordar esse episodio, Chagas (1996) relata que em 1925, o governador Góes
Calmon decidiu destituir o delegado de Lençóis, Aristides Tilão, um horacista,
e nomear para o seu lugar Otávio Passos, que veio ocupar o cargo acompanhado de
uma força policial. Mais de 500 soldados da Policia baiana, misturados com
jagunços, convergiram, sobre Lençóis. O capitão Macedo, com cento e tantos
soldados promovem a ocupação de Wagner, que dias depois, fica cercada pelas
forças de Francisco de Matos e de Luis Pé de Serra.
Segundo
Borges et al (1975), em janeiro de 1925, o capitão Macedo deslocou um
contingente de Mundo Novo, com 100 soldados, que sob o comando do major João da
Mota Coelho cercou a cidade de Lençóis, quando, até o mês de março foram
travados violentos combates com as forças do coronel Horácio de Matos. Esse
episódio termina com a morte de Mota Coelho, em combate.
Segundo Carlos Navarro Sampaio, um acontecimento interessante na vida do capitão Macedo é o seu casamento com uma viúva muito rica, que no dia do casamento o humilhou, comentando em público, em alto e bom som, que ele jamais havia pensado em ter uma vida como aquela, ao tempo em que chamava a atenção para o brilhante com que havia acabado de presentea-lo. Ele nada respondeu e após algum tempo pediu licença aos convidados, foi para o quarto, tirou o terno do casamento, sobre o qual colocou o brilhante, vestiu a sua farda e foi embora, jamais procurando a esposa novamente. Existem informações de que quando da morte dessa senhora ele teria sido procurado para receber a herança, o que foi recusado.
D seu casamento com Adelina Batista Luz nasceram os filhos João, Manoel e Wilson, todos com sobrenome Bernardino de Macedo.
Consta que o coronel Terêncio Dourado teria criado duas meninas, filhas de um amigo. Uma dessas meninas teria ido viver com Macedo quando ele já estava velho. Esse fato teria provocado o rompimento entre os dois antigos colegas de farda e companheiros de lutas políticas.