Era um homem de muita personalidade e de muita coragem pessoal, apesar de não ser muito popular. Durante muito tempo ele foi um dos seguidores da corrente política de Dias Coelho.
Em 1912, J.J. Seabra, que era o presidente do Partido Republicano Conservador, assumiu o governo do estado. Aproximadamente nesse período, passa a despontar na política baiana, o jovem Ângelo Autran Dourado, que atuava como jornalista na Câmara Federal. Após se tornar deputado estadual, ele passa a conduzir a política de Morro do Chapéu.
Ocorre que o governador Seabra apresentou o referido deputado como presidente do diretório político de Morro do Chapéu, ficando o coronel. Dias Coelho em segundo lugar. Houve então um protesto liderado pelo coronel. Benta, visando reconhecer Dias Coelho como chefe supremo do município. Dias Coelho rompe com Ângelo Dourado e prestigia o senador Abrhan Cohin como representante do município.
Datam dessa época os primeiros estremecimentos entre o coronel Dias Coelho e a família Dourado, que após a morte de Herculano Galvão Dourado, que residia em América Dourada, passa a ser liderada pelo coronel Theotônio Marques Dourado, residente em Morro do Chapéu.
Em 1914 ocorre uma tentativa de emancipar o Ventura, com forte envolvimento da população local, conforme registrado nos documentos, representados pelo Abaixo Assinado de 09.08.1914 e pela Ata de 10.08.1914 do Conselho Municipal.
João Navarro Sampaio foi o principal aliado de Theosinho. O trabalho politico desenvolvido visava principalmente a emancipação da Vila do Ventura.
Em 1920 Theosinho perde a eleição para o cargo de Intendente para Virginio Alves de Almeida. Em 1922 ele apoia a candidatura do professor Faustiniano Lopes Ribeiro, que concorre com o capitão José Martins de Araújo. Ambos se declaram vencedores. O Senado Estadual reconhece a vitória de Faustiniano, cuja posse é garantida pela presença de um força policial, comandada pelo tenente Macedo.
Em novembro de 1925 nova eleição municipal entre o professor Faustiniano Lopes Ribeiro e Vicente Grassi. Diante de novo impasse, o Senado Estadual decide a favor de Vicente Grassi, apoiado pelo Coronel Benta e aprova a criação do município de Irecê.
Com a criação do município de Irecê, Theosinho, que havia sido presidente do Conselho Municipal de Morro do Chapéu, mudou-se para lá.
Em 1927 Theozinho foi eleito intendente de Irecê, assumindo em 01.01.1928. Pela reforma eleitoral de 1929, os intendentes passaram a serem denominados de prefeitos e tiveram seus mandatos prorrogados até 31.12.1931. Entretanto, em maio de 1931 ele voltou a morar em Morro do Chapéu. Sua casa ficava no local do atual prédio do INSS e sua loja ocupava o atual imóvel da Cesta do Povo.
Dois de seus filhos estudaram medicina: Otacílio Dourado que se estabeleceu em Morro do Chapéu, onde faleceu, e Mário Dourado que se estabeleceu em Irecê, onde se tornou prefeito, no período de 1946 a 1950.
O coronel Theozinho faleceu em 1945, na cidade de Miguel Calmon. O translado dos seus restos mortais, juntamente com os de sua esposa, para Irecê, representaria uma homenagem ao seu esforço pela criação do município