(20.10.1899
– 08.01.1989)
Jubilino Cunegundes era filho de
Manoel Cunegundes de Souza e Maria Rosa de Souza. Seus avos paternos foram
Manoel Gaspar de Souza e Maria Rosa de Souza, enquanto os avos maternos foram
Francelino José de Souza e Francelina de Souza. Ele nasceu na fazenda São José,
no atual município de Mulungu do Morro. Daí foi para a companhia de seus tios e
padrinhos Júlio Antônio Neto e Antônia de Souza Neto, que eram importantes
comerciantes e fazendeiros no povoado de Bela Vista, atual Utinga.
A sua mudança para Morro do
Chapéu ocorreu em 20.10.1915, quando tinha 16 anos de idade.
Inicialmente Jubilino foi
empregado da firma comercial Grassi & Cia. Nessa casa comercial, que tinha
filiais em Cafarnaum, Caraybas (atual Irecê) e Tábua (no atual município de
Ourolândia), ele trabalhou durante 17 anos, como caixeiro, escriturário e
gerente de filiais, até a extinção da mesma. A empresa explotava e exportava
salitre, durante a primeira guerra mundial, e também tinha fazendas e era compradora
de diamantes.
Em 1927 começa a trabalhar como
advogado. Em 17.08.1931, tornou-se advogado provisionado perante o Tribunal
Superior de Justiça da Bahia. Em 1932, com o encerramento das atividades da
Grassi & Cia., passou a dedicar-se à vida forense, atuando nas comarcas de
Jacobina, Mundo Novo e Morro do Chapéu. Exerceu essa profissão até 1984.
Ao longo dos anos, com apoio dos
chefes da época, a exemplo dos coronéis Antônio de Souza Benta, João Belitardo
e Augusto Ribeiro, começou na política de Morro do Chapéu como secretário do
diretório do partido político da época, sendo inicialmente escolhido por causa
da sua bela caligrafia. Posteriormente, tornou-se destacado líder político, com
uma longa carreira, inclusive exercendo por dez vezes o mandato de vereador, no
período de 1926 a 1973, com um pequeno intervalo no Estado Novo e por oito
vezes o cargo de presidente da Câmara de Vereadores. Com a morte do coronel
Benta em 1946, assumiu os destinos políticos do município. Ele dizia não ter
vocação administrativa e por isso não queria ser prefeito, preferindo indicar
amigos que julgava capazes da aceitação popular. Assim, conseguiu eleger seis
prefeitos.
Em 1947 foi candidato a deputado
estadual, incentivado por Simões Filho e com apoio de Renerio Justiniano Dourado,
de Irecê, bem como do deputado federal Autran Dourado.
Nos últimos anos de sua vida
dedicou-se à condição de observador e conselheiro político daqueles que o
procuravam.
Foi colaborador do Correio do
Sertão, do Almanaque Luso-Brasileiro, do Almanaque das Senhoras, Record
Charadista e do Malho, editado no Rio de Janeiro. Escreveu o livro Morro do
Chapéu (edições de 1976, 1981, 1989 e 1999). Também integrava o grupo teatral
Artur de Azevedo.
Através de contribuições,
construiu, juntamente com Belarmino Rocha, o atual teatro Odilon Costa. Foi
membro e sócio-fundador do Centro Educacional Morrense, sociedade mantenedora
do Colégio Nossa Senhora da Graça.
Como homenagem da prefeitura, o
colégio estadual inaugurado em 1999, na sede municipal, recebeu o seu nome.
Do seu primeiro casamento em 04
Jun 1925, com Carolina Guimarães Cunegundes (01 Fev 1906 – 26 Mar 1937), filha
de José Tibúrcio Guimarães e Rita Costa Guimarães, nasceram os seguintes
filhos:
Lourival casado com Maria Luzia
França Cunegundes; Iracy casada com Arnóbio de Aragão Ribeiro (promotor); Gizette
casada com Carlos Alberto Pardal Garcia; Idivaldo casado com Selma de Oliveira
Garcia
Após o falecimento de sua
primeira esposa em 27.03.1937, casou-se em 1939, com Aída Grassi de Vasconcelos
(1919 – 06.06.2002), filha de Filinto Cícero de Vasconcelos.
O seu falecimento ocorreu em Salvador e o sepultamento em Morro do Chapéu
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Biografia
de Jubilino Cunegundes
(Transcrita
do Livro Capitão João Pedro, do escritor Edizio Mendonça – 2002)
Com a fundação do Jornal “Correio do Sertão” em 1917,
em Morro do Chapéu, passou a colaborar com o jornal iniciando sua vida
literária, colaborou depois com várias revistas e jornais do Brasil e de
Portugal, chegando inclusive a ganhar alguns prêmios literários de âmbito
nacional. Autodidata, Poeta, Historiador, Escritor e Contista, saiu do
anonimato para ocupar as primeiras páginas de importantes jornais e revistas do
país. Escreveu e publicou o livro “ Morro do Chapéu’ 1ª Edição – Editora
Beneditina LTDA – 1976; 2ª Edição – Gráfica Trio LTDA – 1981; 3ª Edição-
Empresa Gráfica da Bahia – 1989; e 4ª Edição – Secretaria de Cultura e Turismo –
1999, todas em Salvador.
Colaborou com o “Almanaque Charadista” editado em
Portugal, com a Revista “ O Malho”, no Rio de Janeiro, além de outros órgãos de
imprensa. Fazia parte do grupo teatral “Artur de Azevedo”, em Morro do Chapéu –
BA.
Construiu, juntamente com Belarmino Rocha, com auxílio
de populares, o Teatro Odilon Costa em Morro do Chapéu, obra importante que tem
prestado relevantes serviços à cidade.
Em 1926 iniciou sua vida política, elegendo-se
Conselheiro Municipal (Vereador) em Morro do Chapéu, assumindo, em 1945, a
direção política do município, após o falecimento do Cel. Antônio de Souza
Benta, função que merece destaque pela paz que ele soube implantar. Em 1946
fundou e presidio o Diretório Municipal do PSD. Conseguiu vários e importantes
melhoramentos para o município de Morro do Chapéu, contando para isso, com
apoio dos deputados Manoel Novais e Augusto Públio.
Elegeu seguidamente, por mais de 20 anos, os prefeitos
municipais de Morro do Chapéu, devido ao grande prestígio que sempre possuía
dentro do importante município. Em 1977, já velho e cansado de lutas, abandonou
a vida pública.
Candidato a Deputado Estadual, pelo PSD, nas eleições
de 19 de janeiro de 1947, não conseguiu ser eleito. Sua vitória era considerada
tranquila, porém anularam 12 urnas na zona sertaneja, o que prejudicou a sua
eleição.
Em Morro do Chapéu exerceu, entre outros, os seguintes
cargos públicos: Conselheiro Municipal (Vereador) eleito em 26.08.1926 com 22
votos, pelo PRD, para o período 1925/1927; Conselheiro Municipal (Vereador),
eleito em 13.11.1927 com 429 votos, para o período 1927/1929; Vereador, eleito
em 15.01.1936 com 380 votos, pelo PSD, para o período 1936/1938; Vereador,
eleito em 21.12.1947 com 424 votos, pelo PSD, para o período 1948/1951;
Vereador, eleito em 03.10.1950 com 710 votos, pelo PSD, para o período
1951/1955; Vereador, eleito em 03.10.1954 com 495 votos, pelo PSD, para o
período 1955/1959; Vereador, eleito em 03.10.1958 com 449 votos, pelo PSD, para
o período 1959/1963; Vereador, eleito em 07.10.1962 com 176 votos, pelo PSD,
para o período 1963/1967; Vereador, eleito em 15.11.1966 com 389 votos, pelo
MDB, para o período 1967/1971; e Vereador, eleito em 15.11.1970 com 412 votos,
pela ARENA Dois, para o período 1971/1973. Ao todo exerceu 10 mandatos de
Vereador.
Na Câmara Municipal exerceu os seguintes cargos:
Vice-Presidente do Conselho Municipal (1928/1929, 1930/1931 e 1936/1937);
Vice-Presidente da Mesa Diretora da Câmara (1958/1959); 1º Secretário da Mesa
Diretora da Câmara (1959/1960, 1967/1968, 1968/1969); 2º Secretário da Mesa
Diretora da Câmara (1960/1961; 1954/1955, 1955/1956, 1963/1964, 1964/1965);
exerceu todos os cargos da mesa Diretora da Câmara e foi Presidente e Membro de
todas as Comissões Permanentes da Câmara Municipal, 1º Secretário do Diretório
Municipal do PRD (1927/1929); 1º Decretário do diretório Municipal do PSD
(1934); Presidente do Diretório Municipal do PSD (1946/1951, 1954/1958
e1962/1966); Presidente do Diretório do MDB (1966/1970); 2º Secretário da
Sociedade Filarmônica Minerva (1920); Membro do Conselho Fiscal da mesma
entidade (1955/1957); Membro do Conselho Consultivo da sociedade dos amigos de
Morro do Chapéu (1958); Membro do Conselho Fiscal do Centro Educacional
Morrense (1963); ele foi eleito Membro do Diretório Regional do PSD – Salvador-
Bahia (1960).
Existem em Morro do Chapéu, em homenagem ao saudoso
homem público, uma via pública denominada “Rua Jubilino Cunegundes” e o
“Colégio Estadual (Jubilino Cunegundes”, implantado em 1999.
Como chefe político, foi um dos mais ilustres, sua
imagem se projetou, por toda nossa região, como símbolo de coragem cívica e de
liderança benfazeja.
Trata-se, na verdade, de um dos admirados, respeitados
e acatados líderes políticos de nossa região, de todos os tempos.
Jubilino Cunegundes foi um político dos mais
prestigiosos do sertão da Bahia, vulto dos mais ilustres, com personalidade
inatacável e caráter dos mais íntegros.
Foi querido e respeitado por todos que o conheceram de
perto. Era correto nas suas ações, gentil e afável com as pessoas que o
cercavam, bem como era honesto e prestimosos. Foi na realidade, um defensor e
um intransigente batalhador do progresso e do desenvolvimento da gente e da
Terra de Morro do Chapéu.
Jubilino Cunegundes faleceu no hospital Português, em
Salvador- Bahia, no dia 08 de janeiro de 1989, às 02:30 horas. Sendo seu corpo
transladado para Morro do Chapéu, onde foi sepultado às 17:00 horas do mesmo
dia, perante grande acompanhamento.
Em homenagem ao extinto, usaram da palavra as
seguintes pessoas: Dr. Arnaldo Xavier, da Loja Maçônica Fraternidade
Jacobinense, Benedito Belém, da Loja Maçônica Acácia Morrense; Luiz Alberto
Matos Rocha, da Loja Maçônica do Oriente de Iraquara; Dr. Eduardo Batista de
Oliveira, em nome de sua família e dos amigos da Barra do Mendes; Odilésio José
Costa Gomes, em nome da sociedade de Morro do Chapéu; Prefeito Virgílio Ferraz,
em nome do povo e do município de Morro do Chapéu; e, por último, agradecendo
em nome da família do extinto, e bastante emocionado, falou Lourival Cunegundes,
filho do saudoso homem público.
A sua morte foi bastante sentida em nossa região,
sendo aberta uma grande lacuna, que dificilmente será preenchida.
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